- Meu filho, você estava lá com esses brinquedos? Docemente perguntou-lhe Cacau.
- Foi estranho, meu pai. Eles ganharam vida, falavam entre si. E, depois veio um homem que disse ter lhe conhecido há muito tempo, quando você era criança. E Baba, ela era uma formiga, mas se transformou em gente BEM NA FRENTE DOS MEUS OLHOS.
Nada mais faltava ser dito. Ali, debaixo dos olhos de Cacau e Mel, sua história recontada, através das mãos, sedenta de carinho, de seu filho. Beijaram-lhe a fronte. Deisseram-lhe, descanse, meu filho, e foram com ele até o quarto.
Baba a tudo observou, com o sorriso de canto e os olhos rasos de água que lhe eram tão familiares. Cacau deteve-se no corredor em direção aos quartos. Deu meia volta, dirigiu-se à Baba assim:
- Minha amiga formiga, e eu nem por um segundo desconfiei que era você quem o sono e a vida de nosso filho velava! Obrigado, muito obrigado! Diga ao Senhor do tempo que entendemos a mensagem. Não tornará a se repetir, isso eu prometo. Palavra de menino. Dizendo isso, piscou seu olho direito, o mesmo olhar de jaboticaba gigante que Fauser havia herdado de seu pai.
- Meu trabalho se encerra aqui então, rapaz. Voltando à sua forma de formiga, despediu-se do amigo, mas, antes de partir, ainda teve tempo de acrescentar:
- Lembra-se que eram três, e não somente dois, os objetos de sua infância? Seu filho carrega consigo algo de muito precioso, algo que você, ao longo do tempo, esqueceu-se de amar...
Encontrou Fauser adormecido em sua cama. Podia ver o sorriso em seus lábios, ainda tão pequeninos. Ao ajoelhar-se ao lado do filho amado para beijar-lhe a face, como nunca havia tido tempo para fazer, percebeu algo esverdeado na mão esquerda do menino. Esticou sua mão para alcançá-lo, e, seu coração sobressaltou-se quando viu que era sua bola de gude, aquela que havia dado à Mel em honra de seu amor...
O Senhor do tempo, satisfeito com o que viu, esticou seu manto do tempo e provocou a sua passagem. Nem muito rápido, nem muito devagar. No ritmo certo para que muitos aniversários fossem celebrados, muitas conquistas fossem alcançadas, alguns fracassos fossem superados. A tudo o Senhor do tempo tratou com igual cuidado.
Mas agora já não era Fauser a levantar-se da cama, acordado por um barulho diferente vindo do lado de fora da casa. Era Vitor, o neto de Mel e Cacau, que dormira na casa dos avós para que seus pais pudessem sair. Vitor sentia-se o menino mais amado do mundo, pois seus pais e seus avós desdobravam-se em cuidados com ele. TInha apenas 7 anos, mas a certeza de que era o menino mais amado do mundo.
(continua...)
A continuidade é realmente um conto suave e leve, bom para se ler e analisar em todos os sentidos.
ResponderExcluirAbraço
A lição parece ter sido aprendida. Mas, se há continuação, é porque os percalços ainda não acabaram. Que se seguirá?
ResponderExcluirInspiração para o resto desta história encantada!
Beijo :)
Estávamos com saudade! Quer dizer que vem mais? Agora é esperar! Beijos, Deia
ResponderExcluirÁgua e Óleo, muitos buscam algum culpado pela violência dos dias atuais, penso que é a falta de família nos lares a principal geradora, e aqui vc resgata este valor, a participação dos pais na formação da criança, todo o conto desde a primeira parte, o encontro dos dois, o amor puro... tudo no seu devido lugar, até os conflitos. Parabéns aos dois. Bjos e Abçs.
ResponderExcluirOba, retornaram, viva!
ResponderExcluirE fortes, belíssimo texto.
Bjs.
Eu perdi alguns capítulos, mas já atualizei a leitura. Como o tempo faz com que as pessoas percebam, o quanto estão deixando de lado suas famílias. Uma família quando se decide construír, deve-se fazer todo o esforço e guardar todo o amor possível para que siga sempre junta. Mãe e pai felizes juntos e passando muito amor para os filhos. Que bom ver nesse texto tantas palavras que preservam a família. Temos vitos e lido tantas coisas por aí. Infelizmente muitos constrõem, uma família, para logo lá na frente desfazê-la. É triste.
ResponderExcluirÁgua, muito atrasada eu estou, mas agradeço a dica que me deu no blog.
Obrigada por sua atenção.
Um abraço
Oiê,
ResponderExcluirTodos os dias devemos dispertar para a vida. Textos como os seus funcionam como combustível para nós, leitores...
Beijos para a água e abraços para o óleo :) :)
Curta a entrevista com a super fera da Black Music, Michel Lima! Um dos grande talentos da MPB, do Gospel e Jazz.
ResponderExcluirGUARÁ MATOS blablablas e afins
https://sites.google.com/site/blablablaseafins/
Um encontro de boa ideias, Arte e Cultura. Onde cada visitante possa, além de tudo, se divertir e interagir.
Não li os outros capítulos, mas adorei esta parte. Vou me atualizar e espero pelo que segue... Beijo
ResponderExcluirQue bom que o tempo conseguiu resolver antes de nao dar mais tempo! Adoro. Beijos
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